E eu que sou o malandro



A realidade não se igual ao cinema
Nem tão pouco as vidas se desenham por poemas
Aqui homens maus se dão bem
Crianças conhecem a dor e a miséria
O pobre aprende a ser ninguém
Caso contrário é silenciado por uma alcateia
Alcateia de homens irmãos de suas vítimas
Como Caim matou Abel
Estes se constroem abrindo feridas
E assim, não importa o papel
A lei ou escambau
Por que no mundo real
Na tevê ou no jornal
Sou negro, sou pobre, sou marginal
De vez em quando aparecem
Esmolas doadas como se fossem flores
Neste momento que crescem
O ego dos homens que se dizem benfeitores
E muitos ouvem, tantos acreditam
Que no Brasil existe um diferencial
Todos vivem, todos transitam
Idolatram o mito, democracia racial
E eu que sou o malandro
Por negar o seu plano
Que rebelde sou eu
Por cobrar o que é meu?

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